VIII Peregrinação em BTT Agualva - Fátima do Clube MoucaBTT

VIII Peregrinação a Fátima
1º dia – 18 de Junho
Pelo 8º ano consecutivo, o Clube MoucaBTT organizou a Peregrinação a Fátima
pelos caminhos deste nosso Portugal, sendo este ano pelos Caminhos do Atlântico. Planeados dois dias de muita pedalação, dias esses divididos em duas etapas, Agualva-Alfeizerão no 1º dia, com pernoita na Pousada da Juventude e Alfeizerão-Fátima no 2º dia.Uma palavra de agradecimento aos participantes e a todos os que se envolveram na organização e apoio logístico, tornando possível esta Peregrinação. Pelas 6h da manhã já era visível a vontade de partir nesta aventura, com os bicigrinos a comparecer na Mouca para colaborar no carregamento do diverso material no carro de apoio e depois rumar ao ponto de partida de todas as saídas do Clube, o Largo da Republica. No Largo da Republica pelas 6:30h e momento do primeiro registo fotográfico do dia com a foto dos 12 bicigrinos que se propuseram a esta Peregrinação. Deu-se então o início da pedalação sendo esta comandada pelo colega António Araújo rumo a Fátima. Pela frente estavam 132 km e cerca de 1900 mts de acumulado positivo a serem ultrapassados e temperaturas a rondar os 18-24ºc ao longo do dia. Ainda em Agualva-Mira Sintra, junto ao moinho de Mira Sintra deu-se o primeiro problema técnico, com um furo na bicicleta do Luís Carvalho, sendo este resolvido e novamente retomado o andamento, passando-se pelo Recoveiro e trilhos adjacentes ao Telhal, Raposeiras e Sabugo. Seguiram-se Casal da Quintanela, Urmal e Pedra Furada com viragem para a primeira subida do dia, com início na cota dos 60 mts, pelos trilhos e estradões que cruzaram Barreiros e a bonita Aldeia da Mata Pequena, com o Penedo de Lexim à vista. No topo da referida subida e cruzando a cota dos 220 mts prosseguiu-se caminho, pois Mafra, local do 1º abastecimento já estava perto. Indo agora pela N9 já eram visíveis os limites físicos dos jardins do Convento de Mafra, tendo o grupo chegado ao Convento pelas 8:45h, cumprindo o 1º abastecimento com a simpatia e prontidão da D. Emília e da D. Eduarda.

Boa disposição neste pequeno-almoço e o posterior reforço de cafeina foram o mote para prosseguir caminho com nova paragem programada para Torres Vedras, agora com a navegação a ser orientada pelo José Gonçalves e o António Ferreira. Descida de Mafra sempre junto aos limites da Tapada Nacional de Mafra com nova subida por estrada para as aldeias de Codeçal e Chanca a 109 e a 164 mts de altitude respetivamente, seguindo-se posteriormente nova incursão em trilho até aos 250 mts, os quais tiveram de ser realizados em alguns momentos, a pé devido à tipologia do próprio percurso mas também face à pouca manutenção de que este trilho tem sido alvo. Contudo esta dificuldade foi rapidamente superada, sempre acompanhada pelos aromas silvestres que a natureza brindou o grupo. Chegados ao topo, iniciou-se uma descida até à Portela do Gradil, interrompidos por um furo na
bicicleta do Rúben, tempo esse aproveitado também para comtemplar a paisagem de grande beleza. Posteriormente, nova descida encaminhando-se o grupo para cruzar as localidades de Livramento, Azueira, Freixofeira e Turcifal (ainda com um rápido vislumbre pelo Luís Carvalho para ver o resultado do jogo de futebol), serpentados por um misto de estrada e trilhos de terra. Pela estrada municipal 619-1, atingimos a rotunda de acesso à A8, às portas de Torres Vedras, realizando agora uma passagem por baixa da mesma, entrando num trilho junto a vinhas e que terminou no Barro, pedalando-se agora pela ciclovia até ao Parque Verde da Várzea em Torres Vedras, momento para o reforço alimentar do período intermédio da manhã. Com aproximadamente 53 kms de pedalação, rumou-se ao Outeiro da Cabeça, local onde seria realizado o almoço. Contudo, para lá chegar faltavam cerca de 20 kms. Subida pelo Bairro do Inocêncio com direção a Aldeia Nova iniciou-se a subida até aos 131 mts de altitude, com posterior viragem para novos trilhos que conduziriam o grupo até à localidade da Abrunheira, com Maxial à vista, altura para contactar o local onde se iria almoçar. Daqui em diante, teríamos um novo companheiro que vinha a marcar cada vez mais a sua presença neste 1º dia de Peregrinação, o vento, o qual se fez sentir de forma mais evidente no período da tarde. Pela Estrada Municipal 643, cruzaram-se Casais da Póvoa, Casais de Seixo e Casais de Valentina rolando-se rapidamente até ao Outeiro da Cabeça, estando neste momento cumpridos cerca de 75 kms e 1400 mts de altimetria.

O tão merecido almoço foi então servido ao grupo, acompanhado por momentos de divertimento e boa disposição, aproveitando-se este momento para retemperar forças, pois no período da tarde estavam planeados cerca de 45 kms e 500 mts de altimetria. Altura ainda para pequenas reparações (novas pastilhas para a bike do Alfredo Guerra morder e novo furo na bicicleta do Rúben) e prevenção das queimaduras solares com a aplicação de protetor solar, pois apesar do vento sentido, o sol fazia-se sentir de forma intensa na pele dos bicigrinos. O período da tarde iniciou-se então pela N8 rumo ao Bombarral. Viragem para Casais do Camarão e era agora tempo de rolar por estradões junto à linha do comboio e aos pomares, tão característicos desta região. Chegados rapidamente ao Bombarral, contornando a Mata Municipal do Bombarral e posterior passagem pelo centro da cidade, entrava-se novamente em trilhos de terra e areia junto aos já referidos pomares e canais de regadio. Breve contacto do Luís Carvalho com o solo junto a umas pereiras e retomado o ritmo passando por Roliça, São Mamede e A-da-Gorda. Chegados a Óbidos, havia que contornar a Muralha para chegar ao abastecimento, permitindo um contacto com o turismo que este local atrai. Havia agora que descer até à linha do comboio onde o carro de apoio já nos aguardava. No abastecimento, prioridade ao reforço hídrico, pois o calor já se fazia sentir, embora atenuado pelo muito vento, que se encontrava de frente para com o grupo, aumentando a dificuldade, mas nada que fizesse atenuar a vontade em chegar e cumprir o objetivo proposto para o dia, Alfeizerão.
Agora, maioritariamente por alcatrão, foram percorridos cerca de 8kms até chegar às Caldas da Rainha estando agora cumpridos 103 kms, com direito a passagem no centro da cidade e ainda com tempo para o colega António Araújo ao exercer funções de relações públicas ao reencontrar um velho conhecido. Retomado o ritmo rolante, circulou-se por localidades tais como Tornada, tomando-se a N8 como prumo até se entrar no último trilho de terra junto à A8, o qual terminaria em Vale de Maceira, já à entrada de Alfeizerão. Chegados à Alfeizerão, restava apenas a ultima subida até à Pousada já visível na cota média do monte que se erguia frente ao grupo. Ultrapassada esta subida de 1,2 kms e 75 mts de acumulado, os bicigrinos chegaram à pousada da Juventude de Alfeizerão-São Martinho do Porto, havendo agora que recuperar forças para o 2º dia que se avizinhava. Seguiram-se momentos de relaxamento e boa disposição, muita conversa, contemplação da vista e posteriormente do ocaso em São Martinho do Porto, faltando apenas uma vitória da Seleção para terminar este 1º dia da VIII Peregrinação a Fátima MoucaBTT.

2º dia – 18 de Junho
Com o pequeno-almoço marcado para as 6:30h da manhã, as movimentações dos Moukistas já eram sentidas muito antes da hora. Pela frente estavam cerca de 54 kms e 1400 mts de acumulado positivo o que talvez tenha feito acordar os bicigrinos mais cedo… ou não… Pequeno-almoço tomado, dois dedos de conversa, foto da praxe e logo foi retomado o track que levaria o grupo ao Santuário de Fátima.
Contudo, foram necessários breves momentos de exploração dos trilhos junto à Pousada pois alguns deles encontravam-se encerrados, algo que rapidamente foi superado dada a vontade de prosseguir e o know-how do grupo neste tipo de situações, ou não fosse o lema do mesmo “Sempre meia roda à frente”. Desceu-se então da cota dos 100 mts até à cota do 25 mts prosseguindo-se depois por trilhos em que a areia era rainha, ou não estivéssemos em matas do distrito de Leiria. Ultrapassado este pequeno obstáculo, regressamos ao alcatrão, rolando durante cerca de 10 kms a velocidades de 20/30 km/h até alcançar as Termas da Piedade, onde se encontrava a primeira rampa do dia, subindo-se dos 18 aos 164 mts, com 15% de inclinação, chegando-se depois à povoação de Vestiaria. Deste ponto até Alcobaça, apenas uma descida alucinante acompanhada por velocidades a condizer e muita pastilha de travão queimada no fundo da mesma. Em Alcobaça e já junto ao Mosteiro, vislumbrou-se para gaudio do grupo, uma feira de antiguidades, que dado a hora, cerca das 8h da manhã ainda estava a ser montada pelos seus vendedores. Prosseguindo caminho, e fazendo jus ao lema de que a seguir a uma grande descida vem uma subida, iniciamos a subida no centro de Alcobaça à cota dos 35 mts, passando por estradões de terra batida junto à Quinta da Inglesa e Ribafria até retomar a N8 à cota dos 210 mts de altitude e que nos levariam às portas de Aljubarrota, com a Serra de Mira D’Aire e Candeeiros já bem presente na vista de todos os bicigrinos. Rolou-se então até virar em Cumeira de Baixo e iniciar nova descida por trilhos de terra batida e alguma areia até à localidade de Pedreiras onde se encontrava o carro de apoio a postos para o necessário reforço hídrico e alimentar pois a Serra de Mira d’Aire e Candeeiros, beleza e dureza estavam diante de todos.

Pelas 10:30h, iniciou-se então o ataque ao último grande obstáculo que nos separava da chegada ao Santuário de Fátima. Iniciada a subida à cota dos 150 mts, esta apenas terminaria aquando dos 370 mts. Esta subida acabou por ser realizada ao lado das nossas bikes pois o trilho tinha além da inclinação, muita pedra solta o que impossibilitava a sua pedalação. Ainda assim, rapidamente se alcançou uma altitude considerável face à curta distância percorrida após o abastecimento. No seu topo, um aroma a rosmaninho e alecrim a brindar o esfoço. Era agora tempo para reagrupar e tirar a selfie da praxe, retomando-se os trilhos nesta bela paisagem que a serra nos oferecia. De seguida, foi realizada uma descida digna da modalidade de downhill/enduro, com muita pedra solta e sempre com Porto de Mós à vista para deleite do grupo. Esta descida foi apenas interrompida pelo cruzamento da mesma com a Ciclovia de Porto de Mós à Bezerra a qual permite a todos os que desejem, um local de excelência para se disfrutar da Serra. Dito isto, novo momento de descida semelhante à que vos referi anteriormente, sendo um momento de dureza comparável a algumas das subidas realizadas, dada a sua dificuldade. No seu final, estávamos na N362 e no lado este de Porto de Mós e iriamos iniciar nova subida até à povoação de Livramento onde fomos brindados com uma prova de carros clássicos, alguns deles a remeter para histórias da adolescência de muitos dos bicigrinos. Novamente ao caminho, entravamos na última grande subida na Serra de Mira d’Aire e Candeeiros.
À cota de 152 mts e a 15kms do nosso destino pretendia-se agora a cota dos 456 mts, topo do nosso percurso. Com o calor a fazer-se sentir, a longa subida foi sendo feita ao ritmo de cada um, com palavras de incentivo, força nas pernas e muita vontade de chegar. Com a subida a deixar mazelas, o tempo a contar, a família e amigos à espera no Santuário de Fátima, foi tomada a difícil decisão de rumar ao destino, ficando o Moukista Luís Pina a acompanhar o colega João Paulo na parte final do percurso. Com ainda algumas dezenas de metros de altimetria por vencer, o grupo alcançou o alcatrão da estrada que se dirigia para Fátima e assim rolou até ao objetivo a que se propôs alcançando Fátima às 13h. Para trás, ficavam 196 kms e cerca de 3300 mts de acumulado positivo. À chegada, a família, amigos e a imponência do Santuário geram sensações difíceis de colocar por palavras, mas que os sentimentos acabam por as exteriorizar.
Era agora tempo de aguardar os Moukistas Luís Pina e João Paulo que chegaram pelas 13:40h, dando sentido à frase de que “sozinho andas mais rápido, mas acompanhado vais mais longe”! Era agora momento de refrescar com um merecido banho e disfrutar de um almoço convívio entre todos os presentes. Posteriormente, foram ainda entregues as medalhas de participação assim como realizados diversos agradecimentos. Posteriormente, a foto dos 12 Moukistas seguida da foto com as 65 pessoas que nos acompanharam nesta etapa tão especial. Neste sentido resta ainda agradecer à Junta de Freguesia de Agualva e Mira-Sintra todo o apoio fornecido, à D. Emília e à D. Eduarda pelo apoio logístico realizado e que esteve Top, assim como a todos os que se participaram na VIII Peregrinação a Fátima MoucaBTT. Foi duro? Foi! Mas tudo foi ultrapassado pelos momentos e paisagens de grande beleza, vontade, superação, motivação e determinação!
Para o ano há mais!
Por fim, a lamentar apenas a falta de manutenção dos trilhos inseridos nos Caminhos de Fátima, que em algumas situações apenas são realizados de forma correta e segura com recurso à navegação por GPS.
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